Eu ODEIO falar, ouvir, pensar e tudo mais que se relacione a esse tema. Hoje estava assistindo a um destes noticiários da manhã e teve uma matéria em que um menino denunciava o Bullying que vinha sofrendo no Colégio Pedro II. Pronto! Bastou para eu começar a me sentir incomodada...
O período em que estudei no Pedro II foi o PIOR da minha vida escolar! Sempre fui boa aluna, sempre gostei de tirar nota alta, mas entre a 5a e 8a série, minhas notas eram de razoável a ruim, até fiquei de recuperação na 6a série, coisa que eu nunca imaginei que aconteceria... Eu Odiava ir pra escola nessa época! Eu me sentia a mais magrela, a mais feia, a que tinha mais espinhas, o cabelo mais feio... Porque quase todos os dias eu ouvia insinuações a esse respeito. Não era só comigo, quem não era "perfeito" na visão dos "perfeitos populares", sofria agressões. Graças a Deus nunca sofri agressão física, mas o terror psicológico era terrível! Tinha uma menina chamada Bárbara que vivia jogando piada pra gente e o boato que corria na escola era que ela batia em quem ousasse responder às idiotices que ela falava. Ela era maior e mais velha, e eu morria de medo dela... Fora os garotos da minha sala, que implicavam porque a gente não tinha peitos e etc. Era um saco!!!
Hoje eu entendo que essa minha eterna insatisfação com meu corpo, vem desse tempo. Eu entendo, eu tento me policiar, mas qualquer coisa que aconteça de diferente e me mude fisicamente, já me deixa chateada. Na maioria das vezes eu sempre estou me achando muito magra e eu odeio isso! É óbvio que estou superultramegablaster FELIZ por estar grávida, mas desde que machuquei meu joelho e foi mais ou menos na mesma época que engravidei, que me vejo mais magra, mais magra, mais magra... Como já disse em algum post anterior a esse, a tala do meu joelho saiu sem precisar cortar com a tesoura, de tanto que minha perna afinou. E no sábado confirmei minhas suspeitas: emagreci 2 kg em 2 meses (estava com 56kg antes do acidente e hoje estou com 54kg). Me sinto bem, me sinto saudável, mas ficarei ainda mais feliz se depois do Baby MA completar 3 meses na barriga, minha médica me autorize a voltar para musculação. Sei que terei que diminuir a carga e a intensidade, mas acredito na minha memória muscular e sei que vai melhorar um pouco essa minha aparência atual "murchinha"....
Outro dia estava conversando com a manicure e ela disse que quando a filha dela tinha mais ou menos 12 anos, uma menina que era super amiga dela, a agrediu fisicamente (a filha) sem mais nem menos. Ela quando soube, foi à porta da escola e disse pra menina que se ela encostasse na filha dela mais uma vez, que teria que resolver com ela, a mãe. Que faria o mesmo com ela sem querer saber se ela chamaria a polícia, a mãe, o pai... Que ninguém tinha o direito de encostar um dedo na filha dela! Na hora eu fiquei meio chocada, eu sou absolutamente contra violência e covardia. Mas pensa bem, você cria seu filho num lar de AMOR, CARINHO, RESPEITO, pra vir uma pessoa qualquer dizer que ela é feia, gorda, magra, cabelo duro, ou até agredí-la fisicamente? Acho que deve dar muita raiva mesmo! E que se você não pára um minuto pra pensar, faz uma besteira mesmo! Que mãe não tem uma LEOA dentro de si? Espero nunca ter que passar por uma situação limite dessas.
Quem dera se os pais respeitassem seus filhos e os ensinasse a respeitar o próximo... Por que incomoda tanto se uma pessoa é gorda ou é magra ou tem cabelo liso ou enrolado ou é homossexual, negra ou cor de abóbora...? Por que as pessoas se incomodam tanto com a aparência e com a vida alheia ao ponto de agredí-las? Por que as pessoas não conseguem simplesmente AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO? Até parece que a pessoa escolhe ser "diferente", ninguém gosta de ser discriminado, ninguém gosta de ser "apontado" e ouvir as pessoas debochando. Quem gosta de ser agredido por gostar de uma pessoa do mesmo sexo? Eu rezo que chegue logo o dia em que a ciência prove que as pessoas nascem assim. Há 2 pessoas que AMO MUITO que são homossexuais e eu sei que nenhuma delas gosta de "se esconder", de não poder andar de mãos dadas no shopping com seus parceiros como um casal qualquer. Essas pessoas já nasceram assim, pois as conheço desde a 1a infância e nenhuma delas gosta de levar um soco, ou uma pedrada por ter nascido assim. Ninguém é obrigado a "aceitar", conviver, nem achar bonito a magra, a gorda, a negra, a branca, a japonesa, o gay, mas RESPEITAR deveria ser condição sine qua non para a pessoa ser vista como Digna numa sociedade. Até porque o "errado" não é o "diferente", e sim, o que se incomoda com a "diferença". Vamos viver nossas vidas, vamos nos preocupar em regar nossas flores ao invés de nos incomodarmos com a beleza da flor alheia, porque bonito mesmo é ter paz no coração. :)